

01 a 03 de Dezembro de 2025
Campus Maracanã
Nosso XVII Simpósio internacional coincidirá com o lançamento do primeiro livro do Ciclo Internacional Interuniversitário de Psicanálise (CIIP), que o Programa de Pós-graduação em Psicanálise realiza desde 2020 com convidados de diferentes universidades em torno do mundo, e de cujo título, “A psicanálise: Uma ética da prática à teoria”, lastreou o tema deste Simpósio. E desse lastro pudemos avançar com a proposta de Lacan (1974) quando diz: A ética é relativa ao discurso. Proposta que implica verificar que não há apenas uma ética, geralmente identificada com aquela que Aristóteles propôs, sustentada na ideia de que todo nosso fazer deveria visar o Bem do modo a priori como este era conceituado. Verificar então que, se partimos de diferentes formas do fazer com a questão kantiana – o que devo fazer? –, também devemos supor, mutatis mutandis, diferentes Bens visados. Cada discurso, pois, tem sua visada, e reconhecê-lo já é desvelar o engodo de um ideal de Bem absoluto. Se Lacan conceitua o discurso como sendo do gozo, o bem que se visa retirar de cada discurso é o gozo que ele produz. O discurso do psicanalista produz – no sentido de expelir – os S1 que dominam e submetem.
Se a ética da psicanálise é a do bem dizer, e se isso é relativo ao discurso do psicanalista, o que se bem diz em sua visada se sustenta e sustenta a causa do desejo como impossível, ou seja, bem dizer que há um impossível por sermos falantes clivados diante do mal estar na civilização. Mas, e os outros discursos? Qual a ética do discurso do mestre, da histérica, da universidade e, mesmo, qual a ética do discurso do capitalista? Que bem cada um desses discursos tem como visada, ou seja, que ética produzem a partir do gozo que põem em movimento? Eis a pergunta que nosso título levanta e que, como observado, retoma aquela levantada por Kant, mas de uma forma dialetizada, e impondo a cada semblante em sua posição de agente de discurso, fazer-se a pergunta: como lograr, enganar, utilizar, forjar para alcançar meu objetivo? Que táticas? Que Estratégias? Que política?
Seguindo ainda o fio que costura nossos Simpósios desde o momento em que foram criados, como não poderia deixar de ser também este parte da posição de que há uma política na psicanálise e que ela é debitária da possibilidade de se dizer, possibilidade que ecoa o “tu podes saber”, caracterizando ser a psicanálise o avesso do discurso do mestre. Neste, o saber não é possível mas imposto, sempre o mesmo inquestionável, de forma a que as coisas continuem funcionando sempre do mesmo jeito. Assim, se a psicanálise é seu avesso, sua política o questiona. De que modo podemos articular a ética da psicanálise com esse questionamento, na incidência dos semblantes que encontramos em cada discurso?
Esperamos mobilizar novas respostas nos múltiplos exemplos que os trabalhos que se desenvolverão puderem nos trazer a partir dessas questões, a partir das diferentes práticas e experiências que as pesquisas em psicanálise desenvolvem inclusive no campo das conexões da psicanálise, a saúde, a educação e a justiça, mas também em outras instituições. Assim, convidamos cada um que se interessar por essas questões a submeter uma proposta de trabalho e a comparecer ao XVII Simpósio Internacional do Programa de Pós-Graduação em Psicanálise da UERJ.
Profª Drª Sonia Alberti
Coordenação do Simpósio


Sonia Alberti
Professora do PGPSA
Cristiane Seixas
Professora do PGPSA

Coordenação do PGPSA

Marco Antônio Coutinho Jorge
Professor do PGPSA
Luciana Marques
Professora do PGPSA


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